O representante do Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, preside nesta terça-feira (31), a última reunião no comando rotativo do órgão, em um mês marcado pelo impasse sobre a guerra entre Israel e o Hamas.

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Por conta da rotatividade, a China assume o grupo agora em novembro e o Equador em dezembro.

Nesta segunda-feira (30) o Conselho de Segurança concluiu sua sétima reunião consecutiva sem chegar a uma resolução sobre o conflito. Apesar dos esforços do Ministério das Relações Exteriores do Brasil para mediar uma resolução humanitária, as negociações enfrentaram desafios significativos.

Mauro Vieira, fez duras críticas a postura de alguns países que, segundo ele, usam o Conselho para atingir objetivos pessoais, e não o de proteger os civis do Oriente Médio.

“Desde a última vez que eu falei a este Conselho, na semana passada, a contagem de mortes de crianças aumentou em mil. Enquanto isso, o Conselho de Segurança realiza reuniões e ouve discursos, sem ser capaz de tomar uma decisão fundamental: acabar com o sofrimento humano”, destacou.

Vieira reconheceu que o conselho tem falhado reunião após reunião em colocar as vidas dos civis como prioridade.

“Enquanto milhares de israelenses e palestinos choram seus entes queridos, enquanto israelenses agonizam diante do destino dos reféns, enquanto Gaza sofre diante da implacável operação militar que está matando civis, incluindo um intolerável número de crianças, nós temos meios de fazer algo e ainda, repetidamente, falhamos”, lamentou.

Sem aprovação de resolução

Uma reunião de emergência, solicitada pelos Emirados Árabes Unidos e pela China, seguiu-se à aprovação de uma resolução não vinculativa pela Assembleia Geral das Nações Unidas, pedindo um cessar-fogo imediato no Oriente Médio, com objetivo de conseguir estabelecer a abertura de um canal para permitir o trânsito de civis e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Entretanto, único órgão da ONU com o poder de adotar decisões vinculativas, encontrou impasses na votação de resoluções propostas anteriormente por Rússia, Brasil e Estados Unidos e voltou a terminar uma sessão sem aprovar uma resolução.

O Conselho é responsável por monitorar a segurança internacional. Quinze países fazem parte deste grupo e todos têm direito a voto. Cinco deles são integrantes permanentes: Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China. Eles têm direito ao veto, ou seja, se um deles se posicionar contra uma resolução, ela não entra em vigor.

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