Apesar de ser proibida a comercialização de cigarros eletrônicos no Brasil, jovens brasileiros continuam a usar o produto.

A proibição é determinada pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) número 46/2009 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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No país não há autorização para quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar, os chamados DEFs, independentemente de sua composição e finalidade.

Em julho do ano passado, a Anvisa manteve a proibição da importação e a venda dos DEFs, ou vapes, no Brasil.

Mesmo com a determinação, a compra continua ocorrendo pela internet e em pontos de venda do comércio, incluindo camelôs, além de festas e boates.

Perigos dos cigarros eletrônicos

À Agência Brasil, o diretor-executivo da Fundação do Câncer, cirurgião oncológico Luiz Augusto Maltoni, apresentou preocupação com os perigos que o avanço desse tipo de derivado do tabaco entre os jovens brasileiros pode trazer para a saúde.

Na Europa e nos Estados Unidos, onde a venda de cigarros eletrônicos é permitida, as indústrias argumentam que os vapes constituem uma maneira de as pessoas pararem de fumar.

Maltoni afirmou que o argumento é falso e está fazendo o efeito inverso, que é atrair cada vez mais jovens para o hábito de fumar e o consumo de tabaco.

“A permissão para vender o cigarro eletrônico tem criado uma nova onda de crescimento da indústria do tabaco no mundo”, enfatizou.

No Brasil, ele disse que o volume de jovens e adolescentes que já experimentaram o cigarro eletrônico em algum momento ou fazem uso desse produto só não é maior porque existe uma política no país que proíbe o cigarro eletrônico por normatização.

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De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), é alarmante o número de casos de inflamação aguda de pulmão que o aumento do tabagismo tem provocado nos Estados Unidos.

Segundo Maltoni, os cigarros eletrônicos são indutores e têm foco nos mais jovens para criar dependência.

Ele ressaltou que, além de doenças pulmonares, as substâncias tóxicas presentes no cigarro tradicional e nos eletrônicos contribuem para as doenças obstrutivas crônicas (DOCs) e doenças cardiovasculares, além de vários tipos de câncer.

“O cigarro eletrônico tem outro agravante. Como é um composto eletrônico, causa lixo que não é biodegradável, polui o ambiente, provocando um problema ambiental cada vez mais significativo”, disse o especialista.

Além disso, conforme o especialista, há também um grande número relatado de explosões que deixam queimaduras em boa parte do corpo das pessoas.