A fabricante Ford encerrou suas operações fabris no Brasil em 2021 e começou a atuar como importadora de veículos para a América do Sul.

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A decisão culminou em demissões em massa e em indenizações milionárias a ex-colaboradores e concessionárias, que precisaram fechar as portas.

Ao completar um ano como importadora de veículos, em 2022, a companhia registrou um lucro superior a 300 milhões de dólares, ou mais de R$ 1,5 bilhão, na América do Sul.

Mesmo com a redução no número de concessionárias e a retirada de modelos consolidados do catálogo, como Ka e Ecosport, os movimentos da Ford na região surtiram positivamente a partir do terceiro trimestre de 2021.

A companhia anunciou em dezembro que, entre janeiro e setembro de 2022, houve um EBIT positivo de 300 milhões de dólares.

O presidente da Ford América do Sul, Daniel Justo, afirmou que “desde 2013 não havia solidez em nossas operações por aqui”.

Parece que, ao menos do ponto de vista de resultado financeiro, a decisão foi acertada pela empresa.

Engenheiros do Brasil e resultados

Entre as conquistas de 2022, Daniel Justo enfatizou o papel do Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da Ford no Brasil, que fica na Bahia, onde uma das fábricas foi fechada.

O local ampliou suas operações com a criação de 500 posições, chegando a cerca de 1.500 profissionais atuando em projetos globais, como carros elétricos, conectados e tecnologias autônomas.

O presidente ainda destacou que o centro geraria para Ford uma receita em R$ 500 milhões.

“O que é uma prova de que somos competitivos para exportar inteligência automotiva”, afirmou.

A decisão da empresa de manter engenheiros no Brasil em projetos internacionais está ligada à redução de custos.

Isso porque, mesmo cargos altos, custam, no Brasil, menos do que nos EUA, com o dólar.

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Novos carros

Apesar do sucesso financeiro, em 2022 a Ford vendeu menos carros do que no ano anterior.

Foram 20.824 unidades comercializadas contra 37.778 em 2021, caindo da 11ª posição no ranking de participação de mercado para a 14ª.

A justificativa estaria nas vendas do Ka e Ecosport, que, juntos somaram mais de 13 mil veículos emplacados.

Em 2022, no entanto, a marca vendeu menos carros, porém mais caros e rentáveis.

O último ano da Ford foi marcado pelo lançamento de Maverick, Ranger FX4 e Transit Furgão.

Ainda conforme o presidente, com a uma operação rentável, a região se credencia para receber mais novidades. Para 2023 são esperados 10 novos carros.

Entre os confirmados estão o esportivo elétrico Mustang Mach-E, a nova geração da Ranger, Maverick híbrida, F-150 e três novas opções da Transit (100% elétrica, automática e chassi-cabine).

Os outros três veículos ainda estão sob suspense, mas existem algumas possibilidades: a nova geração do Mustang e o Bronco montado sobre chassis, que concorre com o Jeep Wrangler.

Integra a lista, ainda, o SUV Equator Sport, o utilitário esportivo de sete lugares Everest ou o Escape, que tem o porte do Toyota Corolla Cross.

Para comercializar o novo portfólio, a empresa pretende fortalecer a rede de concessionárias, que atualmente conta com 110 pontos.